“Infelizmente há um
consenso na população que a cidade grande tem obrigação de acolher a todos
construindo casas e cedendo terrenos.”
A Psicologia não
é uma ciência, é uma doutrina, por isso raramente a uso para analisar o
comportamento humano.
Gosto da
neurociência e estatística, essas sim são boas ferramentas para analisar a "humanidade".
Estatisticamente foi
observado que a maioria das pessoas tende a manter limpo um ambiente que já está
limpo.
“Ninguém jogou papel no chão não sou eu que
vou jogar.”
Por outro lado a
maioria não se importa em sujar mais um ambiente que já está sujo.
Em um local com
muitos papéis no chão você joga o papel da sua bala sem pensar no que está fazendo.
“Todo mundo jogou
lixo no chão eu também vou jogar”.
Temos as
exceções.
Aquelas pessoas
que nem ligam se o ambiente está limpo, elas jogam o papel no chão e o
faxineiro que varra depois.
Ou, aquelas que
mesmo o ambiente estando sujo não contribuem sujando ainda mais, guardam o
papel até encontrar um cesto de lixo.
Em terreno que não tem
barracos dificilmente alguém sozinho irá construir um.
Percebam que as
invasões sempre são organizadas em bandos, várias pessoas invadem ao mesmo
tempo.
E depois que
surgem alguns barracos:
“Se estão construindo
barracos naquele local eu irei construir também.”
No
geral os políticos fazem o que o povo quer, é o povo que tem que querer melhor.
A população em
geral não denuncia invasões, vê uma favela nascer em seu bairro e fica calada.
Se o proprietário
do terreno não se manifestar, a população em volta até ajuda os invasores de
alguma forma.
Todo mundo sabe
da desvalorização que qualquer imóvel sofre tendo como vizinhança uma área
invadida.
Você morador do
bairro não liga de ver seu patrimônio desvalorizado!?
Claro que a
maioria dos que invadem terrenos NÃO são ladrões e assassinos, mas os
labirintos formados pelos barracos são sempre um ótimo esconderijo para
marginais.
Pense bem, eu sou um criminoso a polícia
descobre meu endereço,
Um endereço
devidamente legalizado está nos mapas da cidade, a justiça, caso esteja a minha
procura encontra fácil.
Se eu moro em um
entre 100 barracos dentro de área de invasão...tudo fica bem mais complicado.
Quando roubaram o
Ipad da minha filha, sua última localização rastreada foi no Jardim São José.
[O aparelho tem um
rastreador de localização].
Eu conheço
razoavelmente bem Campinas, o rastreador nos deu a última localização
“legalizada”.
Eu sei que no
entorno do São José tem áreas de invasão, quem é louco de entrar lá para
resgatar alguma coisa?
O Bairro São José
é desvalorizado não por causa do bairro em si que é bem estruturado, mas por
causa do entorno, das áreas invadidas.
Os que compram casas
legalmente são sempre muito solidários com invasores de terras, os consideram vítimas
da “sociedade”.
Brasileiros em
geral acreditam que o Estado tem “obrigação moral” de dar casas a todos.
Pela vontade dos campineiros,
cidadãos que “apoiam causas sociais” foram eleitos e pela vontade da maioria
aplicaram suas políticas.
Quem não quer
terreno de graça?
Campinas,
principalmente na administração Francisco Amaral, viu as áreas invadidas
crescerem exponencialmente.
Centenas de famílias
vinham de regiões distantes para a cidade que estava dando terrenos, bastava
invadir.
Se os campineiros
denunciassem as invasões e cobrassem uma ação do poder público de certo seriam
atendidos.
Mas acontecia o contrário.
Se a polícia de
alguma forma intervisse na ocupação irregular era demonizada, o “Estado
opressor”.
E dá-lhe
passeatas fechando ruas e rodovias.
Políticos que
fossem contra invasões ou ficassem em silêncio diante do “abuso das autoridades”
perdiam votos.
Político nenhum
quer perder votos, se a população é solidária aos invasores ... que seja feita
sua vontade.
Por pensar
diferente, pelo meu respeito a propriedade, pessoas próximas me taxavam de “monstro
capitalista/materialista”, alguém que sofreu lavagem cerebral do “sistema”.
Não preciso dizer que
mentalmente, como cidadão, foram tempos bem difíceis.
Ver a cidade que
nasci trilhando uma rota tão ineficiente chegava a doer.
O ápice da dor
foram as vezes que fiquei horas parado no trânsito da Rodovia Santos Dumont
porque os invasores do que é hoje o Parque Oziel interditavam a rodovia tacando
fogo em pneus.
Não bastava
invadir a cidade era preciso criar o caos para conseguirem ainda mais
direitos...
Não pagavam água,
luz, impostos ... dever nenhum, direitos todos.
A parte deles é procriar feito ratos e exigir mais creches,
escolas, cestas básicas, postos de saúde, “segurança” ...
😠 “Agente é honesto qué paga pelo terreno,
ninguém qué nada de graça.”
É irritante esse
discursinho pronto dos invasores. ☠
O cidadão mal ganha para o sustento e ainda tem filhos, vai pagar como?
Não sei e nem vou
pesquisar preços de mercado, mas aqui em Campinas acho impossível você
construir uma casa de 2 quartos, sala, cozinha e banheiro por menos de 100 mil.
Só o terreno já
custará uns 30 mil.
(Em local bem
desvalorizado)
Vamos fazer uma
conta simples:
Suponhamos que
esse cidadão consiga pagar 200 reais por mês de prestação:
100.000 dividido
por 200 dá um total de 500 prestações.
Cada ano tem 12
meses então:
500 prestações
dividido por 12 = 41 anos.
Se
"tudo" der certo ele quita a dívida em 41 anos!!
Vejam bem que não
estamos nem colocando juros.
Não duvido que a
maioria tenha vontade de pagar, acontece que só ter vontade NÃO É O SUFICIENTE.
É evidente que esse pessoal “no geral” NÃO
são nossos indivíduos mais notáveis, aqueles que estudam, planejam um futuro.
No geral estudam
pouco e viram pais cedo, o que esperar dessa gente!?
Sem dúvida
nenhuma com relação as invasões a prioridade de qualquer cidadão deveria ser
denunciar construção de barracos e não permitir que favelas nasçam ou cresçam
em seu bairro.
As que já estão
aí vamos urbanizar, não adianta chorar o leite derramado apenas acho LÓGICO
evitar que mais leite derrame.
A
punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o domínio dos
maus (ou irresponsáveis).
[Platão/William]